Núcleo de Química da Pefoce realiza análises de produtos falsificados

10 de dezembro de 2018 - 17:22 # # #

Para a Ciência Forense, todo e qualquer tipo de alteração de substância, por menor ou ‘imperceptível’ que seja ou pareça, é capaz de ser analisada e constatada com aparato e profissionais especializados. Quando há suspeita por parte da Polícia ou perícia criminal de que algum produto foi adulterado, logo o conteúdo é enviado aos laboratórios da Coordenadoria de Análises Laboratoriais Forenses (Calf) da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) para averiguação. Estas eventuais alterações químicas e outras análises são comprovadas no Núcleo de Química Forense (NUQFO), entre elas, estão os produtos falsificados.

Em feiras e praças onde o comércio informal negocia diversos tipos de produtos e mobiliza centenas de pessoas. Alguns destes artefatos são negociados a baixo custo, além dos preços praticados pelo comércio formal, tais como perfumes e bebidas alcoólicas destiladas, vodca e uísque, por exemplo. O que nem todas as pessoas sabem é que o produto anunciado com valor inferior ao da loja ou site da marca se trata de um produto falsificado. Além de trazer danos para a imagem da marca, os produtos falsificados trazem danos também à saúde de quem os compra. No Ceará, as apreensões de produtos falsificados são avaliadas nos laboratórios da Calf.

O supervisor do Núcleo de Química Forense da Pefoce, Túlio Ítalo, que é químico industrial conta que chega ao laboratório apreensões de operações policiais, lotes de bebidas e perfumes falsificados que são vendidos em vários pontos da cidade. “É comum encontrar esses produtos em feiras ou no centro da Cidade, com o valor bem abaixo do original, mas o conteúdo do produto é diferente do que a marca promete. No caso das bebidas, a gente constata que muitas vezes se tratam de bebidas alcoólicas do mesmo tipo, mas adulteradas, que podem causar sérios danos à saúde”, explica Túlio.

O perito afirma que para realizar a comparação, as marcas tanto de perfume quanto de bebidas fornecem seus produtos originais para que se tenha a matriz padrão e, a partir do produto original, se identifica o quanto o material apreendido se diferencia. “Em muitos casos, a adulteração inclui outras fórmulas químicas que podem causar alergias e problemas de saúde devido à qualidade ruim ou quantidade equivocada de substâncias manipuladas para adulterar os produtos”, explica.

Outras análises

Sendo um setor importante para análise de conteúdo suspeito de adulteração, o Núcleo é responsável for realizar exames de verificação em diversos tipos de substâncias e produtos Além das perícias em perfumes e bebidas alcoólicas, o NUQFO avalia também adulteração em combustíveis, exames residuográficos (que são realizados em suspeitos de disparo de armas de fogo), identificação de substâncias explosivas, falsificação de cigarros, inclusive, análise de metais mais nobres, como é o caso do ouro.

     

Entre os exames mais frequentes realizados no Laboratório de Química estão o residuográfico, que detecta vestígios nas mãos de suspeitos de disparo de arma de fogo. Da mesma forma, é realizada perícia e reconstrução da numeração da arma que teve sua marcação original danificada. Os peritos também vão em locais de crimes com substância, o Luminol, que revela a presença de sangue mesmo que o local tenha sido higienizado e evidencia que houve violência a área periciada.

A importância dessas perícias e exames em vestígios e substâncias que muitas vezes ficam imperceptíveis a olho nu comprovam a importância do trabalho da Polícia Científica atuando em conjunto com as demais forças de segurança para investigação criminal. Os exames auxiliam na distinção e constatação que comprova a natureza, validação e constituição destes materiais por métodos científicos. O supervisor do NUQFO avalia a necessidade de sempre atuar com a ciência e evolução dos métodos. “As técnicas utilizadas hoje são de alta performance e não permitem que estas provas sejam refutadas devido aos métodos e equipamentos utilizados”, conclui Túlio.