Revelação e análise das impressões digitais auxiliam o trabalho pericial

3 de dezembro de 2018 - 17:55 # # # #

São nos mínimos detalhes que muitas vezes se encontram as pistas essenciais para inocentar, culpabilizar ou incluir a participação de alguém na cena de um crime. E, a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) possui uma equipe especializada em revelar um desses tipos de vestígios deixados pela impressão digital. O Laboratório de Impressão Papiloscópica (LIP) da Coordenadoria de Identificação e Perícias Biométricas (CIHPB) é o espaço em que se evidencia esses vestígios em lugares, superfícies planas, porosas, armas e outros tipos de objetos que tenham alguma relação com delitos.

           

Criado alguns anos após a implementação da Pefoce e em atividade há quatro anos, atuando integralmente na busca por vestígios em locais de crime ou analisando o material que é enviado pelos peritos da Coordenadoria de Perícia Criminal (Copec) ou autoridades policiais, o LIP realiza um trabalho que atende a demanda de todo o Ceará. A investigação minuciosa da equipe do LIP auxilia na elucidação de diversos crimes.

Por ser uma atividade laboratorial que empreende análise com substâncias reveladoras, observação detalhada, luzes especiais e uma pesquisa rigorosa, boa parte do trabalho é realizada internamente, porém, antes de chegar até o laboratório o material precisa estar em condições ‘intactas’. Ou seja, preservado para que não comprometa o resultado da perícia. Neste caso, a Perícia Forense conta com a colaboração de uma outra força da Segurança Pública: a Polícia Militar, que faz o isolamento dos lugares em circunstância de delitos. Para o perito adjunto e supervisor do LIP, Francisco Assis, quando se preserva o local de crime e os vestígios, o trabalho procede com mais eficiência. “Quanto melhor preservado o local de crime, maior a chance de encontrarmos vestígios que tragam subsídios a investigação policial desenvolvida pela Polícia Civil”, afirma Assis.

O trabalho de impressão papiloscópica atua com duas frentes de trabalho: com o material vindo das perícias externas e das delegacias e o trabalho de campo, quando se coletam os vestígios nos locais de crime. Os serviços de análise papiloscópica também são empenhados em perícias de documentos, dando suporte ao setor de documentoscopia, com a análise das digitais de documentos e contratos que possam ter sido fraudados.

Responsáveis pelas demandas de crimes que necessitam da investigação dos vestígios digitais em ocorrências de todo o Estado, a equipe do LIP, composta pelos auxiliares de perícia e perito criminal Farnésio Vieira, Paulo Harrison, Alessandro Rocha, Francisco Fiuza, sendo eles Físico, Químico, Engenheiro e Bioquímico, respectivamente, compõe uma formação multidisciplinar que emprega o uso de seus conhecimentos para aplicações Forenses. No próprio laboratório do LIP é produzido o material utilizado para revelar parte das impressões digitais; como, por exemplo, um dos pós manuseados em um determinado tipo de superfície. O produto também abastesse um outro laboratório da CIHPB, o Laboratório de Identificação Necropapiloscópica, que realiza a análise das digitais de pessoas falecidas que dão entrada na Coordenadoria de Medicina Legal (Comel) da Pefoce.

Os objetos que chegam para análise de crimes contra patrimônio e crimes contra vida e as perícias externas em locais de crime resultaram em laudos que são anexados nas investigações. Durante todo o ano de 2017, foram entregues 185 laudos, neste ano, até o mês de outubro, a quantidade de laudos superou o resultado do ano anterior, foram 283.

Conforme o auxiliar de perícia, Farnésio Vieira, o trabalho do LIP é uma complementação do trabalho da perícia criminal e um forte suporte a outros laboratórios e núcleos da Pefoce que é bastante reconhecido, “trabalhar com impressão digital é você dar a certeza de que alguém esteve, pelo menos, no local de crime. Quando damos um suporte à perícia isso dá mais confiança e qualidade à perícia, pois se atesta ou refuta o que é indagado por algum perito”, acrescenta.