Pefoce e Aesp capacitam cerca de 60 peritos em análise genética de amostras complexas – STRs e DNA Mitocondrial

15 de junho de 2018 - 18:14 # # # #

Após cinco dias intensos de palestras, debates, aulas práticas, visitas guiadas e trocas de conhecimentos, o congresso que reuniu peritos de 15 estados do Brasil no “Curso Avançado em Análise Genética de Amostras Complexas STRs e DNA Mitocondrial”, chegou ao fim, na tarde desta sexta-feira,15. Sediado e realizado pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) em parceria com a Academia Estadual de Segurança Pública (AESP), o workshop capacitou cerca de 60 peritos atuantes em DNA Forense.

Se despedem do Ceará com a bagagem repleta de experiências e lembranças que vão além da ciência, os discentes convidados representantes dos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia e Santa Catarina.

O curso foi finalizado cumprindo todo o cronograma previsto dispondo, inclusive, de análise de amostras de casos trazidos pelos partícipes. O material genético estudado foi averiguado nos laboratórios do Núcleo de Perícia em DNA Forense da Coordenadoria de Análise Laboratorial Forense (Calf) da Pefoce.

O perito Jeyzon Valeriano, do estado do Pernambuco, foi um dos alunos do curso que trouxe um caso de crime sexual para ser analisado. Esclarecido sobre misturas de perfis genéticos, o perito regressa a seu estado com as orientações adquiridas que lhe possibilitou enriquecer a avaliação do caso. “O curso foi de alto nível, foram palestras que acrescentaram muito no nosso entendimento de DNA que tange misturas e DNA mitocondrial. Não tenho palavras para descrever a recepção da Pefoce, os palestrantes excelentes que fizeram um ótimo trabalho. Tudo foi perfeito”, avaliou.

Aulas

Com rotina diária de palestras no auditório, debates e videoconferências de aulas simultâneas elaboradas diretamente dos laboratórios de DNA da Pefoce, a capacitação foi ministrada por dois profissionais referências em suas áreas de atuação.

A Perita Criminal Classe Especial do Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC-PB), Silvana Magna Cavalcante do Monte, é Bióloga, mestre em genética pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), doutoranda em Genética e Genômica Humana pela Universidade de Granada – Espanha e responsável pelas análises de DNA mitocondrial e Gestão da Qualidade no Laboratório de DNA do IPC-PB foi umas das docentes do curso, a perita em genética também é membro da Comissão de Qualidade da RIBPG – Rede Integrada de Banco de Perfis Genéticos e Coordenadora do Programa Internacional DNA-PROKIDS na Paraíba.

Quem também dividiu seus conhecimentos com a turma foi Jorge Freitas, Perito Criminal Federal no Instituto Nacional de Criminalística em Brasília/DF. Jorge Freitas é bacharel em Bioquímica, mestre e doutor em Bioquímica e imunologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atua desde 2006 com genética forense e trabalha como científico da linha de Identificação Genética na empresa Prodimol/Promega O perito também é gerente técnico do laboratório de genética forense desde a sua acreditação na norma ISO 17025 em 2014 e foi o responsável pelo desenvolvimento, aplicação e implementação de estudos de validação de métodos, incluindo aqueles necessários para a interpretação de perfis genéticos de misturas, comuns na rotina do laboratório.

Ambos os palestrantes avaliaram categoricamente a organização, realização e condução do curso e se surpreenderam com o engajamento dos peritos e de como as aulas fluíram proveitosas, resultando em esclarecimento de casos trazidos pelos próprios alunos. “Foi uma ótima experiência de interação entre os estados e essa troca de conhecimento contribui para que a Perícia forense vá sempre avançando”, ponderou Silvana.

Já, o perito Jorge Freitas salientou a importância de difundir para todas as perícias as atuais práticas laboratoriais vigentes e não deixou de elogiar a estrutura da Pefoce. “O curso superou minhas expectativas pois houve muita discussão entre os peritos, muito interesse e colaboração dos participantes. A troca de informação na perícia e especialmente no setor da genética é importante para que se consiga homogenizar os procedimentos nos laboratórios do Brasil”.

Prata da casa, a perita legista da Pefoce, Ana Cláudia Sobreira, que também participou da formação, reafirmou o que já era comentado pelos participantes dos demais estados; “o curso atingiu seu objetivo de reciclagem e troca de informações entre os participantes. Com essa formação, o Estado do Ceará se projeta em um curso como esse, pois o conteúdo e a organização foi impecável. O que a gente aprendeu aqui vai ser implantado e o que já fazemos será aprimorado”, concluiu.