LIP – 10 anos contribuindo com o trabalho pericial e a elucidação de crimes no Ceará

29 de maio de 2024 - 22:56 # # # # #

Neste mês de maio, o Laboratório de Impressão Papiloscópica (LIP) da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) celebra uma década de serviços prestados, contribuindo com justiça, verdade e segurança pública para a população cearense. Inaugurado em 2014, o LIP desempenha um papel crucial nos trabalhos de perícia, utilizando tecnologia de ponta e técnicas avançadas para revelação e análise de impressões digitais. Ao longo desses dez anos, o laboratório, que integra a Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas (CIHPB), se consolidou, colaborando significativamente para a resolução de casos complexos.

Ciência e Justiça

Composto por uma equipe especializada, o LIP atua integralmente na busca por vestígios em locais de crime, ou analisando o material que é enviado pela Coordenadoria de Perícia Criminal (Copec) da Pefoce e por autoridades policiais, atendendo a demandas de todo o Ceará. A investigação feita pela equipe é minuciosa e auxilia na elucidação de diversos tipos de crimes. Para o perito criminal Igor Marques, o LIP tem grande relevância para a Justiça cearense, pois, por meio do trabalho de revelação de impressões latentes de objetos colhidos em locais de crimes, é possível indicar possíveis suspeitos, entre as pessoas que estiveram na cena do crime e tocaram os objetos.

“Além disso, quando as delegacias já possuem suspeitos da autoria de delitos, elas enviam os nomes desses suspeitos para o LIP e nós inserimos no banco de dados do Ceará, procurando as impressões dessas pessoas e fazendo o confronto com as impressões em objetos colhidos no local de crime. Quando existe um ‘match’, que é uma coincidência das impressões dos suspeitos com as impressões colhidas, nós conectamos o suspeito à cena do crime e isso dá mais robustez à investigação”, afirmou.

Segundo Igor, o trabalho do LIP possibilita a condenação do indivíduo que, de fato, executou o crime, assim como a libertação de pessoas inocentes. “Dessa forma, estamos contribuindo para a sociedade, porque auxiliamos na busca pela verdade da história, executando a Justiça com qualidade e celeridade. Nós buscamos, constantemente, aperfeiçoar os procedimentos que executamos no laboratório, por meio de materiais científicos, pesquisas e participação em congressos, para melhorar a qualidade do nosso trabalho”, ressaltou.

Precisão e interdisciplinaridade

Responsável por receber todo o material que se refere a exames de impressões papiloscópicas do Estado do Ceará, o LIP oferece precisão e confiabilidade em suas análises, fornecendo evidências concretas, indispensáveis para as investigações. Sua equipe é composta por profissionais de diversas formações, que empregam o uso de seus conhecimentos para aplicações forenses.

De acordo com o auxiliar de perícia Farnésio Vieira, o laboratório é interdisciplinar. “Um local onde são aplicadas várias áreas da ciência, onde se faz um misto de física, química e engenharia, para melhorar a qualidade da revelação das imagens e, consequentemente, servir à sociedade com os melhores resultados. É um laboratório onde você precisa ter várias habilidades para chegar ao resultado principal, que é uma boa impressão digital”, complementou.

Farnésio falou ainda sobre a época em que o LIP foi criado, quando não havia os recursos existentes hoje. “Começamos apenas com uma mesa, um computador, e não tínhamos tantos equipamentos. Durante esses dez anos, o LIP veio ganhando corpo e muita importância na Perícia Forense do Estado do Ceará. O laboratório já participou de grandes casos de resolução de crimes para a população cearense e veio nesses anos adquirindo diversos equipamentos pra ajudar na solução desses casos”, lembrou.

O auxiliar de perícia Alessandro Rodrigues explicou como são realizados alguns dos processos executados pelo LIP, desde o momento em que os materiais e vestígios coletados são entregues pelos peritos criminais do Núcleo de Perícia Externa (Nupex) da Copec, ou pelas delegacias. “Quando a gente recebe, a custódia do material é transferida para o nosso setor. Realizamos uma triagem para saber quais vão ser as superfícies que vamos trabalhar, a fim de selecionarmos a técnica ideal para cada tipo de superfície. Temos técnicas com o cianoacrilato, a ninidrina, sublimação de iodo e a luz forense. Nós captamos o material e, se houver impressões digitais presentes, fazemos a fotografia. Em seguida, fazemos o tratamento de imagem na fotografia para, então, submeter ao AFIS”, explicou.

Ainda de acordo com Alessandro, o AFIS é o sistema automatizado que permite a comparação das impressões digitais coletadas, com as informações contidas no banco de dados de impressões digitais. “Com essa comparação, após o confronto no sistema, constata-se que houve o “match” e conseguimos ter resolutividade, diversas vezes, descobrindo alguns suspeitos no delito, e repassamos a informação em forma de laudo para a delegacia, para que ela prossiga com a investigação criminal”, concluiu.

Pesquisa e aperfeiçoamento

Nos últimos dois anos, após a entrada da turma de peritos e auxiliares de perícia de 2022, os profissionais do LIP enviaram trabalho científico para um congresso nacional de ciências forenses. Foi realizada uma pesquisa em parceria com o Núcleo de Química Forense e a Universidade Federal do Ceará, que resultou na produção de trabalhos que foram apresentados nos Workshops da Pefoce, com o intuito de desenvolver e aperfeiçoar o trabalho pericial. Além disso, o LIP participa da produção do novo Procedimento Operacional Padrão de Perícia Papiloscópica da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP).

Ao longo destes dez anos, o Laboratório de Impressão Papiloscópica tem se mostrado um aliado indispensável das forças de segurança e do sistema judiciário. Sua contribuição vai além da identificação de impressões digitais. O LIP fortalece a capacidade investigativa, aumenta a eficácia na resolução de crimes e promove a justiça ao assegurar que criminosos sejam devidamente identificados e responsabilizados por seus atos.