Dia do papiloscopista: o uso das impressões papilares e sua importância na sociedade e na segurança pública

5 de fevereiro de 2024 - 18:06 # # #

No dia 5 de fevereiro é comemorado o dia dos profissionais que atuam na área da papiloscopia. A papiloscopia é a ciência que estuda as impressões papilares (digitais, palmares e plantares), com o objetivo de realizar a identificação humana. Os profissionais desta área desempenham um papel fundamental na elucidação de crimes, fornecendo evidências que contribuem para a identificação e condenação de criminosos ou mesmo para inocentar suspeitos.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE) aproveita a data para parabenizar todos os profissionais que atuam na área da papiloscopia e, em especial, aos que atuam na Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), deixando suas marcas na busca incansável pela verdade.

Esses profissionais são verdadeiros especialistas em impressões papilares, utilizando técnicas avançadas para revelar, analisar e comparar minuciosamente cada detalhe presente nas marcas únicas deixadas pelos dedos humanos. Seja em investigações criminais, atividades de cidadania, identificação civil, desastres naturais ou acidentes, a papiloscopia se revela como uma ferramenta indispensável para a reconstrução de eventos e a busca pela verdade.

Cada impressão digital é uma história única e invisível, e são esses profissionais que transformam essas histórias em evidências cruciais, sendo de grande importância para o sistema de segurança pública, fornecendo uma base sólida para a resolução de crimes e a identificação de indivíduos.

Atividade papiloscópica

Atualmente, a Pefoce possui três laboratórios que compõem a Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas (CIHPB), desempenhando um papel crucial na identificação de indivíduos. O Laboratório de Impressão Papiloscópica (LIP) é responsável por realizar o exame papiloscópico nos materiais coletados em locais de crime, visando a identificação de suspeitos. Por sua vez, o Laboratório de Identificação Necropapiloscópica (LIN) realiza a identificação dos corpos que chegam à Coordenadoria de Medicina Legal (Comel). Este método científico é responsável por identificar aproximadamente 90% dos corpos que ingressam na Pefoce.

O Laboratório de Identificação de Desaparecidos (LID) recebe as solicitações originadas de instituições hospitalares e abrigos que acolhem indivíduos desprovidos de documentos de identificação. Nessas situações, o profissional é designado para conduzir a coleta das impressões digitais da pessoa, visando obter dados e conferir as informações por meio do banco de impressões digitais da Pefoce. As informações adquiridas desempenham um papel crucial na identificação da pessoa e, em diversos casos, contribuem para a localização de seus familiares.

Na identificação civil, o trabalho realizado pela equipe é de extrema importância para garantir a correta identificação dos cidadãos, assegurando a dignidade humana e ratificando sua existência perante a sociedade e o sistema jurídico. Ao analisar as impressões digitais para a emissão de 1.ª e 2.ª via das carteiras nacionais de identidade, a equipe desempenha um importante papel na individualização dos seres humanos.

As impressões digitais, sendo fatores únicos, possibilitam uma identificação precisa e incontestável. O Núcleo de Identificação Civil realiza uma minuciosa análise dos dados biográficos e biométricos. Esse processo visa interceptar qualquer tentativa de fraude, garantindo a integridade do sistema de identificação e fortalecendo a segurança civil.

Perícia Externa 

O levantamento pericial realizado no local do crime é imprescindível para uma conclusão robusta sobre o evento. Para tanto, todos os elementos dispostos na cena devem ser minuciosamente analisados, desde o registro fotográfico completo até a coleta de vestígios relevantes. Em meio às etapas realizadas, destacamos o trabalho da papiloscopia, pois é um dos métodos mais eficazes para identificação de suspeitos, já que possibilita o estudo das impressões digitais dos indivíduos.

A auxiliar de perícia Narelle Tavares, que atua diariamente no Núcleo de Perícia Externa (Nupex), destacou a importância da coleta desses vestígios de fragmentos de impressões digitais que são essenciais para a produção da prova material. “Em um local de crime, o profissional deverá analisar as superfícies existentes para identificar o método adequado de revelação papiloscópica, assim como terá que averiguar quais vestígios possam carregar impressões digitais invisíveis a serem reveladas e examinadas no laboratório”, destacou.

Laboratório

O LIP é o laboratório de impressão papiloscópica, onde peritos criminais e auxiliares de perícia trabalham em conjunto na área de papiloscopia. Os profissionais utilizam técnicas apropriadas para revelar impressões latentes nos materiais examinados. Em seguida, são feitos registros fotográficos e documentais, assim como, são realizadas análises detalhadas dessas impressões, para que, por fim, seja possível compará-las com padrões e identificar quem as produziu.

O perito criminal Menezes Júnior detalhou o funcionamento do laboratório e a importância do mesmo para as investigações criminais. “No LIP atuamos tanto fazendo a análise de impressões que são coletadas em locais de crime pela equipe do NUPEX quanto revelando impressões papilares latentes em materiais que nos são encaminhados. A partir dessas impressões que são reveladas tanto em local de crime como em laboratório, nós podemos chegar a quem as produziu, ligando indivíduos às cenas de crime e dessa forma contribuindo para a investigação criminal”, comentou.

Conhecimento 

A busca incessante pelo conhecimento e a dedicação ao estudo contínuo são pilares fundamentais que sustentam o profissionalismo e o compromisso com a excelência em diversos campos, especialmente aqueles que demandam precisão e expertise técnica. Essa é a visão do perito criminal da Pefoce, Igor Cavalcante. No universo desafiador da perícia criminal, onde a ciência e a investigação se entrelaçam, o profissional destaca a importância pela constante atualização e aprimoramento pela ciência forense.

“Como qualquer profissão importante, a gente está estudando, está se atualizando, e procurando artigos científicos para entender o funcionamento mais adequado da perícia de um determinado objeto que a gente recebeu. Também estudamos livros de fundamentos da papiloscopia e ciências. Essas atualizações e revisões de fundamentos são importantes para garantir ainda mais o bom desempenho profissional”, destacou.