Alunos do Curso de Formação da Pefoce participam de aulas práticas de papiloscopia

16 de fevereiro de 2022 - 15:56 # # # #

 

Um dos grandes desafios enfrentados pelas autoridades judiciárias é a existência de provas idôneas para a conclusão de investigações policiais. E quando o assunto é identificação humana, as ciências forenses possuem uma série de ferramentas que auxiliam nas perícias em locais de crime, dentre as quais, destacamos a papiloscopia, que consiste no processo de identificação humana pelas papilas dérmicas, podendo ser aplicada tanto em pessoas vivas como já em óbito.

Durante a disciplina de Técnica de Papiloscopia, os alunos do Curso de Formação Profissional para Auxiliar de Perícia – Classe A – Nível I, em capacitação na Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp/CE), estão tendo a oportunidade de ver todas as técnicas e as possíveis áreas de atuação, desde a coleta até o arquivamento, envolvendo planejamento, coordenação, supervisão, controle e execução das análises papiloscópicas.

Nesta terça-feira (15), os alunos do grupo 3 participaram de uma atividade prática envolvendo a simulação de perícia em uma cena de homicídio, onde puderam pôr, em prática, todo conhecimento adquirido no módulo anterior – fundamentos de papiloscopia. Na ocasião, divididos em equipes, foi trabalhada a chegada ao local do crime (um bar), a identificação, o levantamento das informações com as autoridades presentes, a varredura, checagem do isolamento, a coletas e análises dos vestígios deixados, tais como latinha de refrigerante, garrafas de vidro, óculos, boné, carteira, deslocamento da vítima, até a localização da arma branca utilizada no possível latrocínio.

Segundo o auxiliar de perícia lotado na Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas (CIHPB) da Pefoce e instrutor da disciplina, Paulo Harrison Medeiros de Carvalho, é muito importante que os futuros profissionais saibam como realizar esse tipo de identificação e que possam contribuir para a busca da verdade e da justiça.“Essa simulação de local de crime é toda voltada para a papiloscopia, onde a gente trabalha com vestígios porosos e não porosos. Estamos exemplificando aqui a importância do isolamento, de examinar os vestígios, e diferenciar quais deles tem que ir para o laboratório. Então, posteriormente, vamos pegar esses materiais e dentro da sala de aula, vamos montar um mini-laboratório, onde iremos fazer a revelação de impressão digital, utilizando luz ultravioleta com fluorescência, para demonstrar os diferentes tipo de superfície e as cores, para que se tenha uma noção de como é isso na vida real”, explica Paulo Harrison.

A disciplina possui uma duração de 36 horas/aula e contempla em seu conteúdo programáticos conceitos teóricos e práticos de tomada de ações antes da chegada ao local de crime; características das impressões digitais possivelmente encontradas em locais de crimes; registro fotográfico de impressões digitais; técnica de revelação de impressões digitais por empoamento;  técnicas papiloscópicas de revelação de impressões digitais latentes com uso de reagentes químicos em laboratório; perícia papiloscópica em laboratório; classificação das falanges nas mais diversas situações para uso da técnica papiloscópica adequada; métodos de coleta de impressões papilares, entre outros conteúdos que irão auxiliar o profissional na elucidação de casos que necessitem da identificação humana através das cristas papilares.

Para Wbaneis Borges da Silva, aluno do curso, essa dinâmica além de aprofundar os conhecimentos, instiga o profissional a ir além. “Essa experiência da prática é muito rica e importantíssima para as futuras funções profissionais. Porque ao adentrarmos na Pefoce, teremos ferramentas que proporcionarão auxiliar cada vez mais na resolução de crimes, que de certa forma será convertido em um bem maior para toda a sociedade cearense, como também, através da pesquisa científica e de metodologias criadas em virtude dessas práticas, e até mesmo atuação profissional, para outros estados e até mesmo organizações internacionais.”, avaliou o futuro auxiliar de perícia.

Laboratórios de impressão e identificação

A Perícia Forense do Ceará possui um Laboratório de Impressão Papiloscópica (LIP), vinculado à Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas (CIHPB), responsável pela coleta de impressões digitais em objetos e superfícies sólidas, porosas, quais são as substâncias e secreções que o corpo humano produz que são coletadas para análises forenses, principalmente em relação ao tratamento de evidências e provas passando pelos vestígios deixados nas cenas dos crimes.

Já o Laboratório de Identificação Necropapiloscópica (LIN) é o setor responsável por cerca de 90% das identificações dos corpos que dão entrada na Pefoce. Lá são utilizadas técnicas e substâncias químicas e físicas que auxiliam na identificação papiloscópica (por meio das impressões digitais) dos corpos, inclusive, os casos em estágios mais delicados, como em decomposição, mumificação, saponificação, ressecado ou macerado.