Servidores da Pefoce fabricam seus próprios insumos de trabalho e geram mais de 98% de economia para os cofres do Estado

30 de outubro de 2019 - 18:54 # # # # #

Segurança pública também se faz com boa gestão dos recursos aliada a práticas simples, inovadoras e sustentáveis. Seguindo exatamente esta concepção construtiva, os servidores do Laboratório de Impressão Papiloscópica (LIP) da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), motivados pelo espírito da sustentabilidade, passaram a produzir os seus próprios insumos a partir de matéria-prima acessível. A prática vêm gerando mais de 98% de economia aos cofres públicos do Estado. Com a produção própria, o LIP produz em grande escala 8 quilos dos pós branco e preto e 5 litros da substância ninidrina custando R$ 208,06. Essa mesma quantidade, caso fosse adquirida pelo Estado, custaria R$ 17.574,94. Este valor compraria, por exemplo, 87.500 luvas de látex (875 caixas de luvas).

A rotina de trabalho dos profissionais de papiloscopia inicia com o acionamento deles para locais de ocorrências para realizarem buscas e revelações de impressões digitais em lugares e objetos suspeitos e/ou que estejam sendo investigados pela Polícia, ou outro órgão da Justiça. Ao localizarem vestígios que identifiquem suspeitos em crimes, os servidores da Pefoce prestam uma grande colaboração para os órgãos de investigação e Segurança Pública do nosso Estado.

Contudo, para que essas perícias aconteçam são necessários instrumentos e materiais específicos, que não são tão acessíveis. Basicamente, são utilizados pós reveladores, lanternas especiais e pincéis. Destes materiais, o ‘pó revelador’ é o insumo que precisa ser reposto com uma maior frequência devido à quantidade de demandas que a Pefoce recebe. Atentando para este detalhe, Paulo Harison, profissional em papiloscopia do LIP, pesquisou métodos e substâncias que pudessem substituir o material adquirido pelo Estado.

Esta iniciativa dos servidores é bastante destacada também pela coordenação geral da Pefoce. O diretor de Planejamento e Gestão Interna (DPGI), Otávio Medeiros, ressalta que a ideia de se produzir ‘mais com menos’ é uma atitude digna de reconhecimento e que faz parte da atuação científica dos profissionais. “Os servidores que compõem os quadros da Pefoce são, acima de tudo, cientistas. Esses profissionais estão, geralmente, muito ligados à atividade de pesquisa e desenvolvimento, então, encontram soluções científicas que nos trazem tais economias, o que é uma felicidade muito grande para o órgão”, comentou.

Grande economia

Mesmo a Pefoce possuindo estrutura e equipamentos robustos e tecnológicos, os servidores de diversos setores pesquisam e se empenham em encontrar soluções que gerem economia para o Estado, como ressalta o diretor de Planejamento e Gestão Interna. “Em outros períodos de elevação das demandas, o que poderia aumentar o custeio do órgão para a atividade do laboratório, na realidade, essa atitude deles de produzir os insumos gera economia para que nós possamos fazer aplicações em outros setores”, ressalta.

Com o valor economizado, a Pefoce pode investir em outros suprimentos que são essenciais para a atividade pericial, como por exemplo: luvas. Uma caixa de luvas contendo 100 luvas custa R$ 19,64. Daria para adquirir 875 caixas de luvas. Esse estoque daria para ser utilizado em diversos setores da Pefoce por mais de 7 anos. Além do fator econômico, a prática do LIP é exemplo para outros órgãos de Polícia Científica e de Papiloscopia no País. Paulo Harison dá palestras ensinando como produzir os insumos gastando pouco. Neste ano, o servidor da Pefoce participou do Seminário Nacional de Perícia Papiloscópica e RFA, em João Pessoa (PB), expondo o resultado da experiência feita na Pefoce. Além das palestras e cursos, os profissionais do LIP são bastante requisitados no dia a dia por profissionais de outros estados que pretendem fabricar seus próprios insumos.

*Fotos: Thiara Montefusco/ Governo do Estado do Ceará