Servidor da Pefoce realiza palestra em encontro de papiloscopia realizado em João Pessoa

30 de abril de 2019 - 11:12 # # # # # #

Por ser referência e destaque nacional em perícias papiloscópicas, atuando na revelação e extração de impressões digitais latentes e não-latentes em locais de crimes e em objetos diversos, a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), representada por Paulo Harison, auxiliar de perícia e profissional do Laboratório de Impressão Papiloscópica (LIP), da Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas (CIHPB), foi convidado para dar uma palestra no Seminário Nacional de Perícia Papiloscópica e RFA, em João Pessoa, na Paraíba. O workshop “Como confeccionar insumos para realização de perícias papiloscópicas” teve como objetivo mostrar a atuação do LIP e ensinar como os demais órgãos podem produzir seus próprios insumos para realizar as perícias e, com isso, gerar economia para seus respectivos órgãos. O seminário foi realizado durante os dias 25 e 26 deste mês.

De acordo com Paulo Harison, a confecção de algumas substâncias que são utilizadas para revelação das impressões digitais foi uma iniciativa própria e contou com o apoio dos outros profissionais do laboratório. Ao pesquisar, analisar e atestar a eficiência dos insumos a utilização destas substâncias no laboratório gerou uma grande economia aos cofres públicos. Em uma simples comparação em que um dos pós regulares é vendido no mercado com um valor médio de R$ 1.300,00, o quilo, na Pefoce, uma substância similar que cumpre a mesma função é produzida com valor médio de R$ 16,00, o quilo. A confecção do próprio insumo gera uma economia de aproximadamente 98,77%. “Fomos testando outras matérias-primas que eu já tinha conhecimento por ser dentista e fomos aplicando no laboratório. Hoje nós conseguimos extrair e revelar as digitais com custo bem inferior já que produzimos ninidrina, amido black, pós brancos e pretos, e estamos sempre criando outras alternativas para aplicar na nossa atividade pericial”, revela.

 

No seminário, além de ensinar a produzir substâncias a baixo custo, o servidor da Pefoce mostrou a todos como criar equipamentos artesanais que auxiliam na revelação das impressões digitais, tais como a câmara de fumigação de cianoacrilato, que serve para revelação de impressões digitais em superfícies lisas. No laboratório de papiloscopia da Pefoce, existem equipamentos apropriados para diversos tipos de revelações, assim como, luzes especiais e substâncias específicas, porém, os servidores cearenses criaram outros artefatos em menor proporção que realizam a mesma função da aparelhagem do laboratório. Paulo Harison avalia com satisfação a oportunidade de repassar o conhecimento para outros órgãos de perícia, “É possível fazer acontecer improvisando e inovando, sendo fundamental a perseverança de alcançar sempre o melhor. Nós buscamos alternativas e, agora, ensinamos aos outros estados como economizar sem perder a qualidade do laudo”, conclui.

Laboratórios da CIHPB

A Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas (CIHPB) possui três laboratórios especificamente para a papiloscopia e suas distintas aplicações. Casos referentes a perícias papiloscópicas de diversas naturezas são tratados pelo Laboratório de Impressões Papiloscópicas (LIP), onde realizam o levantamento de impressões digitais latentes em objetos encaminhados pelos peritos da Coordenadoria de Perícia Criminal (Copec) ou autoridades policiais. Servidores que atuam no LIP realizam perícia externa papiloscópica em locais de crime onde existe a necessidade de busca por impressões digitais.

Já o Laboratório de Identificação Necropapiloscópica (LIN) faz a identificação de todos os corpos que dão entrada na Coordenadoria de Medicina Legal (Comel). A averiguação é realizada por meio do confronto papiloscópico da impressão digital do cadáver com a impressão digital do documento fornecido pelos familiares e/ou informações biométricas contidas no banco de dados. O trabalho também permite a identificação dos pacientes doadores de órgãos.

Existe também o Laboratório de Identificação de Desconhecidos e Desaparecidos (LIDD), cujo trabalho consiste na identificação de pessoas que dão entrada em hospitais ou abrigos sem documento de identificação ou desorientados/com a saúde debilitada. São coletadas as digitais destas pessoas e levadas para análise e confronto no banco de dados da Pefoce. O trabalho facilita verificar nome, endereço e parentes destas pessoas desconhecidas.