Com 1.579 perfis genéticos, o banco de DNA Forense da Pefoce está entre os que mais crescem no País

22 de março de 2019 - 16:48 # # # # #

O banco de perfis genéticos do Núcleo de Perícias em DNA Forense da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) teve um exponencial aumento em perfis cadastrados e está entre os que mais cresce em todo o País. Saltando de 22 para 1.579 perfis cadastrados entre o primeiro ano de captação (2014) e 2018, o Ceará fica em 2º lugar entre os órgãos que possuem crescimento excepcional (acima de 100%). O Estado de Pernambuco ocupa o primeiro lugar. O relatório foi divulgado pela Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG) que possui 22 órgãos de Polícia Científica (21 estados e Distrito Federal). O balanço foi apresentado durante o curso de atualização do sistema de armazenamento de dados realizado pela RIBPG, que teve início no dia 18, e vai até esta sexta-feira (22). O curso está sendo sediado no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (PF), em Brasília.

                

O congresso reúne representantes de 22 órgãos técnico-científicos do País, além da Polícia Federal, para o curso de administradores da nova versão do Codis 8.0 (Combined DNA Index System), em português, Sistema de Gerenciamento de Bancos de Perfis Genéticos. Este sistema armazena o Banco de Dados de Perfis Genéticos do País. Para esta nova versão do sistema cada órgão contará com dois administradores. Além do perito legista e supervisor do Núcleo de DNA Forense da Pefoce, Júlio Torres, a perita legista Samyra Vieira Brasil também participa do treinamento representando a Pefoce. Outra servidora da Pefoce, a perita criminal adjunta Teresa Cristina da Rocha, foi convidada a ministrar a palestra com a temática “Utilização das ferramentas de Inserção de perfis genéticos, Upload e Message Center dentro da nova versão do Codis”.
Conforme Júlio Torres, o crescimento da Pefoce neste banco de dados é de extrema importância para o Ceará e para o País, pois os perfis genéticos podem ser usados como ferramenta de resolução e prevenção de crimes. Há ainda a integração entre outros Estados quando há a necessidade de cruzar informações sobre um mesmo perfil genético.

Codis

O material armazenado no Codis trata-se de perfis genéticos extraídos de vestígios coletados em locais de crime, em vítimas de crimes sexuais, restos mortais, parentes voluntários de vítimas desaparecidas e infratores condenados previstos em lei. Os dados armazenados fazem parte de uma grande cadeia de informações que é integrada e compartilhada entre todos os órgãos de perícia do Brasil.

DNA Forense
Os exames de DNA – realizados pelo núcleo que atende todo o Estado – são empregados, dentre outros, em três importantes vertentes, sendo a primeira delas, nos casos de crimes contra a dignidade sexual (estupro), com o propósito de identificação do material genético deixado nas vítimas para realizar comparação com suspeitos envolvidos no caso. A segunda vertente na identificação humana de corpos carbonizados, em decomposição, mutilados ou de peças ósseas e órgãos humanos, a fim de exame de comparação com parentes de primeiro grau. Além da terceira vertente de atuação, que é a identificação de perfis de material genético recuperados a partir de evidências de natureza biológica presente em materiais diversos encontrados em locais de crimes (manchas de sangue, manchas de esperma, manchas de saliva, pelos, objetos e outros). Os laudos produzidos pelo núcleo formam parte de inquéritos policiais.

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O exame de DNA é uma prova técnica irrefutável e apontada como a maior revolução científica na esfera forense desde o reconhecimento das impressões digitais como uma característica pessoal. “O DNA está amplamente distribuído no organismo humano, em todas as partes do corpo, ele é muito versátil no sentido de estar presente em vestígios diferentes, urina, saliva, sangue, esperma, suor, entre outros, dai sua importância como prova técnica na elucidação de crimes”, explica Júlio.

Certificação internacional
O Núcleo de Perícia em DNA Forense da Pefoce é certificado anualmente pelo controle de qualidade externo do Grupo Iberoamericano de Trabalho em Análise de DNA (Gitad) desde 2007. A certificação garante o alto padrão de qualidade do núcleo, que conta com equipamentos modernos, peritos qualificados, e estrutura adequada. Os laboratórios que recebem a certificação são aptos a alimentar o Banco de Dados de Perfis Genéticos do País.